quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O crescimento da Tv Paga

TV PAGA CRESCEU 70% EM 8 ANOS
A oferta de canais da TV paga no Brasil cresceu 70%, atingiu 4 milhões de assinantes e um faturamento de R$ 4,5 bilhões em 2005. Ainda, evidentemente, distante dos altos índices de audiência da TV aberta brasileira, mas com um público cultural e economicamente muito bem qualificado, os canais pagos brasileiros evidenciam que o crescimento do setor, nos últimos dois anos, não é só fruto do interesse pela banda larga ou pela VoIP, mas também por seu conteúdo.
Dados do Ibope Telereporter medidos em seis praças (Grande São Paulo, Grande Rio, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Distrito Federal) mostram na média janeiro/dezembro de 2005, considerando-se o horário nobre, que canais como TNT, de filmes, o mais visto na TV paga, alcançou uma audiência de 77,5 (indivíduos por minuto), pouco abaixo da metade de audiência de canais da TV aberta.
Ao todo, os canais de TV por assinatura ao longo do ano passado foram assistidos por uma média de 2,1 milhões de pessoas/dia, com um tempo médio de 2h05min diante da tela.
A oferta de canais de TV paga no Brasil cresceu 70% nos últimos oito anos e chegou ao fim de 2005 com o recorde de 4 milhões de assinantes e um faturamento de R$ 4,5 bilhões. Há hoje no Brasil uma oferta de 107 canais de TV paga, apresentados em 15 gêneros de programação, de acordo com levantamento apresentado no "Anuário Pay-TV 2006", que acaba de ser lançado pela Editora Glasberg e considerado uma "bíblia" do segmento.
De acordo com a publicação, o mercado de TV por assinatura no Brasil deve chegar a um faturamento anual, em 2010, de R$ 8 bilhões, considerando um cenário base de 5.686 milhões de assinantes, segundo pesquisas do instituto Pay TV Survey (PTS). Num cenário otimista, de aumento maior da base (6.885 milhões de assinantes), segundo o instituto, a indústria faturaria cerca de R$ 10 bilhões.
Em um cenário pessimista, com inflação alta, nenhum crescimento do PIB e estagnação do número de assinantes em uma base de 4.057, a indústria faturaria em 2010 quase R$ 6 bilhões. O interesse do brasileiro pela TV paga vem crescendo num ritmo muito mais lento do que nos países vizinhos. Segundo o Mídia Fatos, publicação especializada da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), considerando-se o sistema cabo, a forma mais usual, enquanto na Colômbia 51% dos domicílios com TV tem o sistema, assim como 50% na Argentina, 27% no Peru e 16 na Venezuela, este numero chega a 13% no Brasil.
Em 1998, quando o anuário Pay-TV passou a acompanhar os números do setor, havia pouco mais de 60 canais disponíveis aos assinantes brasileiros, em comparação aos 170 de hoje. Atualmente, segundo levantamento do anuário, gênero que apresenta o maior número de canais é o de filmes e séries, com 29 canais, seguido do segmento esportivos, com nove canais, e animação/infantis, documentários, jornalísticos/informativos, com oito canais cada.
Um segmento que quase dobrou nos últimos três anos foi o erótico, que apresenta atualmente uma oferta de sete canais. As operações de cabo e MMDS têm, respectivamente, 60% e 6% de participação, enquanto que as operações de satélite (DTH, entre os quais incluem operadoras como Sky, DirecTV e TecSat) têm 34% de participação.
Para as crianças (o levantamento do Ibope considera indivíduos de 4 a 17 anos) as preferências naturalmente mudam e, considerando-se a audiência média em 2005, em todos os horários, os canais preferidos desta faixa etária foram o Cartoon Network (que pertence ao grupo Turner do Brasil como o TNT) seguido do Nickelodeon, Multishow, TNT, Discovery Kids, Jetix, Discovery, Warner Channel, Disney Channel, SporTV, entre outros.


E qual seria o futuro da tv paga?

TV PAGA EM 2010
O Brasil tem hoje 3,81 milhões de assinantes, de acordo com a ABTA. A PTS (Pay TV Survey), especializada em pesquisas do setor de TV paga, projetou o crescimento do setor com base em três diferentes cenários. No melhor deles, a base de assinantes pode crescer até 80% nos próximos cinco anos.
No primeiro caso, leva em conta uma recessão econômica, o mercado brasileiro de TV por assinatura encerraria 2005 com 3,87 milhões de usuários. Em 2010, mantido o mesmo cenário, o volume de assinantes seria de 4,06 milhões. Em um segundo cenário, considerado base (e mais provável de ocorrer), o número de assinantes chegaria a 3,98 milhões em 2005, e manteria uma média de alta de 5% ao ano, encerrando 2010 com 5,67 milhões de assinantes. Com base em um cenário otimista, o setor teria 4,02 milhões de usuários ao fim deste ano, cresceria em média mais de 7% ao ano, e encerraria 2010 com 6,86 milhões de assinantes.
Para Alexandre Annenberg, diretor-executivo da ABTA, a TV por assinatura não é supérfluo. "Entrou na casa dos assinantes e passou a fazer parte de seu cotidiano", afirma. "O número de usuários de TV paga sobe ao primeiro sinal de recuperação da economia, como aconteceu no início de 2005", diz Annenberg.
Com relação aos serviços de banda larga providos pelas operadoras de televisão por assinatura, o diretor da ABTA revela que são atualmente 392,6 mil usuários no Brasil. O número, referente ao final do mês de março, representa alta de 7% em relação a dezembro de 2004. Annenberg espera um contínuo e expressivo crescimento para esse mercado.


Iara Marques

Nenhum comentário: